Poupança registra aumento nos depósitos

Primeiro mês de 2023 positivo na caderneta; entradas superam saques em R$ 2,6 bilhões

Relatório do BC (Banco Central) indica que as aplicações na caderneta de poupança voltaram a registrar aumento, com a quantidade de depósitos em junho superando o volume de saques no mesmo mês. As entradas ultrapassaram as retiradas em cerca de R$ 2,6 bilhões, informa o documento do BC, que foi divulgado na última sexta-feira (7), em Brasília.  

A alta ocorre após seis meses de retiradas, o que faz com que seja o primeiro mês deste ano em que o saldo da poupança fique positivo. Para se ter ideia, em maio os brasileiros retiraram da poupança R$ 11,7 bilhões a mais do que depositaram. Foi a maior retirada líquida para meses de maio desde 1995, início da série histórica.

Ainda, o resultado de junho contrasta com o observado no mesmo mês do ano passado, quando houve saques que totalizaram R$ 3,7 bilhões a mais do que os depósitos nessa modalidade. 

Em junho, R$ 331,9 bilhões foram depositados na caderneta de poupança, com os saques chegando à marca de R$ 329,3 bilhões. Os rendimentos creditados nas contas dessa modalidade totalizaram cerca de R$ 6,3 bilhões

Com os números registrados em junho, o acumulado líquido retirado da poupança atinge R$ 66,6 bilhões nos primeiros seis meses de 2023. Já no primeiro semestre do ano passado a captação líquida de recursos chegou a R$ 50,5 bilhões. Já a fuga líquida, que significa mais saques do que depósitos, em 2022 apresentou recorde de R$ 103,2 bilhões.

De acordo com a instituição, os rendimentos voltaram a ser maiores que a inflação devido à alta da Selic, a taxa básica de juros que norteia a economia no País. Entretanto, outras aplicações de renda fixa permanecem mais atrativas que a poupança. 

A poupança rendia até 70% da Selic até dezembro do ano passado, quando passou a render o equivalente à TR (Taxa Referencial) mais 6,17% ao ano, isso porque a taxa básica de juros voltou a ficar superior a 8,5% ao ano. A TR é um dos componentes que definem a rentabilidade da poupança e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

A Selic foi mantida pelo Copom (Comitê de Política Monetária), do BC, pela sétima vez consecutiva em 13,75% na última reunião, no último dia 21 de junho, o que fez com que a poupança deixasse de perder para a inflação pela primeira vez desde 2020. 

DINHEIRO ESQUECIDO

O Banco Central também informou na última sexta-feira (7) que o dinheiro esquecido pelos brasileiros no sistema financeiro do País chega a cerca de R$ 7,1 bilhões. Até aquela data, do total do montante colocado à disposição para saques, de R$ 11,3 bilhões, o SVR (Sistema de Valores a Receber) havia devolvido R$ 4,1 bilhões.

Até o início de junho, aproximadamente 14,5 milhões de correntistas haviam sacado os valores, número que representa 26,9% dos cerca de 53,9 milhões de correntistas que têm dinheiro parado nos bancos. Entre os que já sacaram, 13,9 milhões são PFs (Pessoas Físicas), enquanto 53,9 milhões, PJs (Pessoas Jurídicas). Do total dos que ainda não solicitaram o resgate, 36,6 milhões são PFs, e 2,8 milhões, pessoas jurídicas. 

A maioria de quem tem algum valor a receber tem direito a pequenas quantias, haja vista que 62,8% dos beneficiários têm até R$ 10. Os que têm entra R$ 10,01 e R$ 100 somam 25,1%, e 10,2% têm direito a valores entre R$ 100,01 e R$ 1.000. Apenas 1,8% dos correntistas têm direito a mais de R$ 1.000.

*As informações contidas nessa publicação não representam necessariamente as opiniões desse portal.

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